segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sementes

Sementes

Haverá um tempo
Em que a voz silenciará
Haverá um tempo
Em que a luz se apagará

Haverá um tempo
Em que todo o valor da vida 
Se resumirá no fim
Em uma despedida

Quais serão as lágrimas 
E de que rostos irão rolar?
Quais serão as lembranças
Que sua ausência irá deixar?

Suas obras nesse tempo
Terão algum valor?
As sementes que plantastes,vingarão em terra fértil?
Ou se perderão
Nas areias de um deserto?

Enquanto houver voz, grite!
Enquanto houver luz, brilhe!
Enquanto houver tempo pra ser feliz
Atreva-se, ouse, busque
Fazer felicidade.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Asas de Papel

Asas de Papel

Um vôo na escuridão, um assombro na vastidão
Tudo acontece como num filme que se passa
E os poucos segundos, agora são tudo, igualando-nos
Sem distinção alguma 

Diante da tempestade se abate o pânico
O desconhecido se faz presente
E tudo aquilo pelo que lutamos
Durante dias, meses e anos
Os sonhos e os projetos
A saudade que eu já estou sentindo
Tudo sucumbe entre prantos, gritos e gemidos

A grande ave de metal
Agora tão frágil diante da imensidão do céu
É abraçada pelas nuvens, raios e trovões
E nos remete a um mergulho
Sombrio, gélido e insensível à nossa fragilidade humana
Nos fazendo reféns da nossa própria criação.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Entre Olhares

Entre olhares

Por vezes me pego
Com lágrimas nos olhos
Um oceano de sentimentos
De uma vida de enganos

Por vezes me sinto
Culpado por tudo
Tem horas também
Que acho tudo absurdo

Por tudo que já vivemos
Que sorrimos e que sofremos
Hoje sem causa justa
Nossos olhos apenas se cruzam

Entre olhares sombrios
O que um dia foi prazer
Hoje é só um vazio
Um poço vazio

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Carolina

Carolina

Ela pensou numa dose de veneno
Ela pensou num mundo tão pequeno
Chegou a dizer na faculdade que
Queria ir embora da cidade

Tudo porque, por que
Carolina não sabia mais amar
Tudo porque, por que
Carolina não sabia mais amar

Carol minha pequena deixa de besteira
A vida que começa lá sexta
Não termina na segunda-feira

Carol minha pequena deixa de besteira
A semana que começa é só mais uma
Só mais uma de uma vida inteira

Ela pediu então um energético
Só pra relaxar
Misturou com hormônio 17
Frenética, frenética
Carol sabia amar...


domingo, 28 de outubro de 2012

A Balança

A Balança 

Antes que a luz se apague
E que a linha do horizonte venha a se estreitar
Antes que o tempo se finde na curta vida que há
E os motivos já não sejam tão relevantes pra ousar

Reveja todos os seus valores
Passe a limpo os dissabores
Pois a importância do que julgas hoje
Talvez seja a insignificância do amanhã

E quando tirares a trave dos olhos
Talvez o tempo não lhe de mais opção
E os dias perdidos de outrora
Veras que foi de uma vida vivida em vão

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Olhar de Menina

Olhar de Menina

Lá da esquina
Um olhar de menina
Fez meu coração parar
A boca pequena
A pele morena
Um convite pra sonhar
Um doce sorriso
Eu,feito menino
Sem saber o que pensar
É uma deusa grega
Que quando me beija
Me eleva ao seu altar
Me faz seu escravo
Seu servo,domado
Na arte de amar
Sou seu sacrifício
Minha droga;seu vício
E o mundo com isso?
Nada a declarar!!

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Filhos

Filhos

Sim os anjos existem.
Tão real e tão certo,
Quanto às ciências exatas
Tão inocentes e tão influentes
Que mal sabem o poder que nos exercem.
Aquela pureza nos seus sorrisos
Nos fazem encarar qualquer sacrifício.
Sim; os anjos existem,
E por eles não há pedras nem trevas
Nem abismos ou infortúnios,
Que sejam capazes de nos  desencorajar.
Sim; a força dos anjos é divina,
E é isso que nos faz acreditar,
Que sempre, até o fim dessa vida passageira,
Vale a pena lutar.
Por que a centelha divina se perpetua,
Em cada anjo deste mundo.
Seja pelas lágrimas de seus sorrisos, seja na dor.
Seja de qualquer etnia, crença, tipo, jeito, tamanho, ou cor.
Seja lá como for.
Quem não for capaz de amar os anjos,
Também não há de ser digno,
Da paz eterna, do Amor Maior.
Meus anjos? Nem bem abriram os olhos,
Tampouco conhecem o mundo,
Nem sabem do que são capazes,
Mas são donos de um poder,
Que fizeram mudar a minha vida.

Haicai 28

Meus lindos filhos
Incondicionalmente
Presentes de Deus

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Folhas Secas

Folhas Secas
Pálida pele
Na manhã tão fria
De um inverno tão cinza
Que me custa , a hora, passar.
Sigo rebuscando na alma
O sentido do ser,a razão do estar
Das duras dores do mundo
Firo e sofro,daquela,de amar.
Não sinto a culpa
Nem busco culpar
Nem tudo se perde
Nem tudo se pode ganhar
No tempo que por ora se sofre
É o mesmo tempo que há de curar
Se não posso reescrever o passado
Do futuro incerto, ainda me cabe tentar.

sábado, 25 de agosto de 2012

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Haicai 25

Alface na horta
O repolho reporta
As faces do quintal

Roteiro

Roteiro

Recebo, retenho.
Reponho, retrocedo.
Reconto, revejo.
Respiro, reinvento.
Rio, remando.
Risonho, recomponho.
Retalho refaço.
Rancor, rechaço.
Renovo, rezando.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Íntima

ÍNTIMA

Qualquer nota você me toca
Qualquer livro você me lê
Qualquer coisa que eu pense ou diga
Lá está você mais uma vez

Qualquer vinho você me brinda
Num bom perfume o vento vem
Trás o aroma do velho vinho
E o seu também mais uma vez

Qualquer tempo parece pouco
Noite e dia você me tem
Fiz poesia com o seu tema
Me apaixonei como ninguém

Qualquer carinho parece tudo
Tudo ao seu lado muda também
Mudo é meu verbo diante do mundo
Pois tudo em resumo; sou eu e você

sábado, 7 de julho de 2012

Viés

Viés

Eu tenho incertezas
Eu ouço mentiras
Eu faço favores
Eu troco as pilhas

Eu tomo as dores
Eu curo feridas
Eu choro de rir
Das piadas da vida

Eu pego a estrada
Do meu pensamento
Eu solto pipas
Na linha do tempo

Eu jogo as fichas
No jogo da vida
Perdendo ou ganhando
Eu sigo minha trilha

quarta-feira, 4 de julho de 2012

segunda-feira, 18 de junho de 2012

sexta-feira, 1 de junho de 2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Destino

        Destino

O passado bateu à porta do presente,
Quando a vi, ali, em minha frente.
A sensação de uma paixão adolescente
Veio a tona num frisson inconsciente.
Inventei mil argumentos pra lhe ver,
Pra te sentir, pra lhe ouvir, pra te dizer.
Que o Sol que brilha nos meus olhos é você,
Que minha pele pede a sua, por prazer.
O prazer de estar contigo,
O verdadeiro amor amigo.
Pela voz que vem de sua boca,
Sussurrando em meio a gemidos,
As palavras que confessam em meu ouvido,
Que eu sou o seu destino,
E que tudo já estava escrito,
Nas palavras que acabei de lhe dizer.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

terça-feira, 15 de maio de 2012

Cidade Vazia

Cidade Vazia

Fantasmas vagam pelos cantos;
Eu sou mais um entre tantos;
Que vive nos escombros;
Da cidade vazia.

Sou velho prisioneiro da infância;
Condenado a viver nessa hipocresia;
Onde as pessoas julgam meus atos;
Mas não fazem nada,nada de fato.

Ruinas,ruas,becos e esquinas;
Seringas,bebidas,feridas abertas;
São marcas eternas,da vida perdida;
Que levei pra alma vazia.

Deixem meus fantasmas em paz...
Pois o medo da morte,eu não sinto mais.

Haicai 16

Pouco a pouco
As tartarugas se vão
Passos,lentidão

sexta-feira, 11 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Introspecção


Introspecção

Um filme se passa em minha mente
Com cenas do passado e do presente
Passa o filme da minha vida
E eu tento editar, buscar uma saída.

Pra não ter que reparar os mesmos erros
Pra não ter que repetir o mesmo texto
Pra não se parecer clichê
Da interpretação, que só cabe a eu fazer.

Pois nesse filme eu sou protagonista,
Sou romance, ação, o bandido e a polícia.
Sou réu, sou juiz, o mestre e o aprendiz
Sou a luta, sou o beijo, e o calor de um desejo.

Eu sou a lágrima no rosto
Que desce de alegria, e também desgosto.
Eu sou o amigo do peito,
Cheio de virtudes e também defeitos. 

Eu sou o pai que ao filho aconselha,
E que também se aconselha com o velho pai.
Eu procuro buscar a cada dia,
Aprender e ensinar com sabedoria. 

Eu sou o meu próprio roteiro,
Que segue escrevendo-se tempo após tempo,
Eu sou ainda a trilha sonora, que vem e que vai.
No balanço das ondas, do mar, da minha história.



sábado, 28 de abril de 2012

Relva



Relva

Acerca de ti,
Há cerca de arame.
Dobra de origami,
Trama de tatame,
Mar em tsunami,
Inflame, infame amor.

Acerca de mim,
Cachorro de albergue.
Pego a qualquer preço,
Preso em sua tese,
Rendido entre as rendas,
De sua epiderme.

Acerca de nós,
Nós de marinheiros.
Atados há vários milênios
Entremeios devaneios,
Sentimentos, alma e
Corpo inteiro.

Haicai 12

Voraz cidade
Pra quem tem apetite
Não há limites 

Haicai 11

Juras de amor
Começa no namoro
Finda no juiz

Haicai 10

Chuva serena
Goteja na janela
Canções sinjelas

sábado, 31 de março de 2012

Vício


Vício


Insisto,
Sentimento louco,
Aflito.


Eu finjo,
E você fora de si,
Comigo.


Eu minto,
Que vivo a não me importar com que
Sinto.


Uma droga,
Que me dopa, e eu vivo em
Sacrifício.


Um ciclo,
Que quanto mais me afasto,
Mais perto de ti eu
Fico.


O Espelho de Deus


O Espelho de Deus

Eu vou cruzar o céu
Eu vou rasgar os mares
Eu vou cortar estradas
E não vou poupar detalhes
Eu vou pra muito além que eu possa imaginar
Eu vou contar em canto, pro encanto não quebrar...
Já faz tempo que amei e também já fui feliz
Mas era meio tolo, feito um jovem aprendiz...
Vivia procurando por tudo aquilo que eu já tinha
Acabei me afundando em over doses de euforia...
Quanto mais fundo eu ia, muito mais eu me empolgava
E não percebia que do mundo eu me afastava...
Eu não me conhecia, e era agora só uma sombra
De toda minha vida, não lembrava, não sabia...
Dos meus sentimentos as emoções eu confundia
De alegria eu chorava de tristeza eu sorria...
Vivia pelos cantos, becos, margens e esquinas
Vestido maltrapilho, malcheiroso, insensível...
Eu não sentia fome, nem sede mais eu tinha
O que me saciava eram doses de agonia...
Ingeridas pelas veias de um corpo indirigível
Sem controle, sem caráter e um pensamento inteligível...
Não faltava então mais nada pro show se encerrar
Foi quando da platéia fitou-me alguém no olhar...
E aquele olhar dizia, pra eu observar
Da forma que eu agia também o fazia sangrar...
Eu não o conhecia, mas era familiar
Foi quando decidi um pouco mais me aproximar...
Toquei na sua face... Na luz do seu olhar
Refletido num espelho foi que eu pude enxergar...
Que eu era parte de um plano e não podia fracassar
Que o momento agora era de enfim me libertar...
Despi-me então da máscara
Dos sentimentos de fracasso
E as incertezas do amanhã?
Coloquei-me em seus braços...
Curei-me das feridas, de corpo e de mente
Respirei o ar da Vida como se nascesse novamente
Na verdade eu renasci... Só que agora é diferente
Pois agora tudo eu posso Naquele que me fortalece...

sábado, 17 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Babel


Babel


Eis que cai breu
Sob o céu de Galileu
Luza a dama da noite
Em seu rito, flerte Babel

Cintilante no tempo
Despojada do véu
Seu corpo arma de açoite
Tamanha beleza cruel
                           




A mão e o calo


A Mão e o Calo


A mão que martela
A mão que prega
A mão prega e martela
Na cabeça do prego

O prego se faz incrédulo
Aos olhos do pregador
Que revela na mão o calo
E assim o faz seguidor
           

Haicai 2

Charrete da vó
Cavalo, no seu rabo 
Eu dava um nó

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Haicai 1

Furo na parede
Prego magoou
Tábua apaixonou

O Circo


O Circo


Ri, ri de tudo o que vi
Vi, vi e também senti
Senti que minh’alma se integra
E se entrega ao passares aqui

Ri das graças do palhaço
Voei em trapézios pelo ar
Permiti aos truques da magia
Aos meus olhos fazer-me enganar

Debaixo da lona, o universo
De um mundo, de um sonho surreal
Eu, de minha parte, a que me presto
Contemplo, em tempo total
                                          


Tempo e Morte


 Tempo e Morte 

Tempo
Implacável tempo
Senhor do destino
Tempo
Implacável tempo
Dobram os sinos, dobram os sinos