O Jardineiro
Hoje eu encontrei um amigo
Que há tempos eu havia esquecido
Amigo que já foi meu abrigo
Quando eu me encontrava perdido
Hoje eu deparei-me com a flor
De um jardim todo em resquícios
E nas mãos do seu jardineiro
Vi marcas de cravos e espinhos
Em cada cravo, uma alma
Em cada rosa, um pedido
Em cada espinho uma dor
Chagas de um mundo ferido
Em seu semblante de paz
Não me cobrou gratidão
Não me exigiu sacrifícios
Apenas mostrou - me suas mãos
Meu cravo, ali estava
Também minhas rosas floridas
Mas, meu espinho sangrava
A minha oração esquecida
Ao acordar -- gratidão
De um sonho tão vívido, vivido
Da janela, o meu jardim
Obrigado meu velho amigo